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Rio de janeiro, Rio de janeiro, Brazil
um paradoxo vivo! cheio de aventuras ainda por viver...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

sábado, 28 de maio de 2011

sábado, 23 de abril de 2011

Mude Clarice lispector

" Mude, mas comece devagar,
porque a direção é mais importante
que a velocidade.

Sente-se em outra cadeira,

no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.

Quando sair,

procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho,
ande por outras ruas,
calmamente,
observando com atenção
os lugares por onde
você passa.

Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.

Dê os teus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.

Tire uma tarde inteira

para passear livremente na praia,
ou no parque,
e ouvir o canto dos passarinhos.

Veja o mundo de outras perspectivas.

Abra e feche as gavetas
e portas com a mão esquerda.

Durma no outro lado da cama...

depois, procure dormir em outras camas.

Assista a outros programas de tv,

compre outros jornais...
leia outros livros,
Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.

Aprenda uma palavra nova por dia

numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos,
escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores,
novas delícias.
Tente o novo todo dia.
o novo lado,
o novo método,
o novo sabor,
o novo jeito,
o novo prazer,
o novo amor.
a nova vida.

Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.

Almoce em outros locais,
vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida
compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo,
jante mais tarde ou vice-versa.

Escolha outro mercado...

outra marca de sabonete,
outro creme dental...
tome banho em novos horários.

Use canetas de outras cores.

Vá passear em outros lugares.
Ame muito,
cada vez mais,
de modos diferentes.

Troque de bolsa,

de carteira,
de malas,
troque de carro,
compre novos óculos,
escreva outras poesias.

Jogue os velhos relógios,

quebre delicadamente
esses horrorosos despertadores.

Vá a outros cinemas,

outros cabeleireiros,
outros teatros,
visite novos museus.
Se você não encontrar razões para ser livre,
invente-as.
Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem
despretensiosa,
longa, se possível sem destino.
Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.

Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores do que as já conhecidas,
mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança,
o movimento,
o dinamismo,
a energia.
Só o que está morto não muda !
Repito por pura alegria de viver:
a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não
vale a pena!!!!  "

quarta-feira, 30 de março de 2011

A flor e o espinho

Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca a flor
Eu só errei quando juntei minh'alma à sua
O sol não pode viver perto da lua
É no espelho que eu vejo a minha mágoa
É minha dor e os meus olhos rasos d'água
Eu na tua vida já fui uma flor
Hoje sou espinho em seu amor
Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca a flor
Eu só errei quando juntei minh'alma à sua
O sol não pode viver perto da lua

(Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito e Alcides Caminha)

segunda-feira, 21 de março de 2011

"Ao perder a ti, tu e eu perdemos
Eu porque tu eras a que eu mais amava
E tu, porque eu era o que te amava mais
Contudo, de nós dois, tu perdeste mais do
que eu
Porque eu poderei amar outras como amava
a ti
Mas a ti não te amarão como te amei eu"

(Ernesto Gardenal- Poeta nicaraguense )

sábado, 19 de fevereiro de 2011

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

voltar a voar

Hoje uma senhora me contou uma história que eu achei bem interessante. 
Quando ela era criança, costumava pegar vários bichos para cuidar: gatos,papagaios,cachorros,lebres,tartarugas e até maritacas. Sentia um forte apego pelos animais, principalmente por aqueles que precisavam de mais cuidados.
Um dia, ela encontrou na rua indo pra escola, um canário lindo, mas que estava com as asas bem machucadas e por isso não podia voar.
Ela o levou para sua casa e mostrou a seus pais e perguntou se podia ficar com ele. Com a afirmativa dos pais, ela cuidou das asas feridas e o soltou na garagem.
O pássaro ganhou nome e o carinho de toda a família. Ficava todos os dias tentando pular o mais alto que pudesse. E foi indo, melhorando seu salto, até que já conseguia chegar a cobertura da garagem,
E assim, um dia, em uma de suas tentativas, o canário percebeu que já tinha força suficiente nas asas para voltar a voar.
E foi o que ele fez.
Num vôo lindo, ele conseguiu superar o telhado e nunca mais voltou.
Toda a família ficou bem triste, menos a menina que o havia encontrado.
Ao ser indagada do porquê de não estar chateada com o sumiço do bicho, ela surpreendeu a todos dizendo:
Eu fiz a minha parte cuidando dos seus ferimentos e ele seguiu seu destino: voar pelo infinito!
Depois de ouvir o relato da dona, pensei: quantas vezes na vida ferimos nossos sonhos e desistimos dele!
Mas eu quero seguir o exemplo desse canário e reaprender a voar!
 

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Quero Sim

Eu tô com saudades
Da nossa amizade
Do tempo em que a gente
Amava se ver
Eu não sou palavra
Eu não sou poema
Sou humana pequena
A se arrepender

Às vezes sou dia
Às vezes sou nada
Hoje lágrima caída
Choro pela madrugada
Às vezes sou fada
Às vezes faísca
Tô ligada na tomada
Numa noite mal dormida

Se o teu amor for frágil e não resistir
E essa mágoa então ficar eternamente aqui
Estou de volta a imensidão de um mar
Que é feito de silêncio
Se os teus olhos não refletem mais o nosso amor
E a saudade me seguir pra sempre aonde eu for
Fica claro que tentei lutar por esse sentimento

Diga sim ouça o som
Prove o sabor que tem o meu amor
Cola em mim a tua cor
Eu te quero sim sem dor
Diga sim...


Paula Fernandes

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

cartas de amor


Quanto a mim...
O amor passou.
Peço que não faça como a gente vulgar,
Que não me volte a cara quando passe por si,
Nem tenha de mim uma recordação
Em que entre o rancor.
Fiquemos, um perante o outro,
Como dois conhecidos desde a infância,
Que se amaram um pouco quando meninos,
E, embora na vida adulta
Sigam outras afeições, conservam sempre,
Num escaninho da alma,
A memória profunda do seu amor antigo e inútil
 
Texto "Cartas de Amor" de Álvaro de Campos